domingo, 27 de fevereiro de 2022

Visita ao Palácio Nacional de Mafra - turmas de 12º ano

 

“(...) que seria de nós se não sonhássemos.”

Visita ao Palácio Nacional de Mafra

Dia 18 de janeiro de 2022, saímos da escola por volta das 6:15 da manhã, a caminho de Mafra, para assistir a uma representação do “Memorial do Convento”, de José Saramago, no próprio local de que a obra trata - o Palácio Nacional de Mafra.

Esta visita foi realizada no âmbito da disciplina de Português, com alunos do 12º ano, em que o “Memorial do Convento” é obra de leitura obrigatória.

A viagem de camioneta foi longa, mas, a meu ver, agradável; dormi bastante, ouvi música, e vi a paisagem e o gradual nascer do dia.

Chegados a Mafra, fomos conduzidos a uma sala dentro do palácio onde assistimos a uma adaptação da obra de Saramago, interpretada pela companhia de teatro Éter. O intuito era enriquecer a experiência dos alunos que já tinham lido o livro e incentivar a leitura aos que ainda não o tinham feito. Pessoalmente, foram bem-sucedidos na segunda - agora tenho uma ideia geral da história, mas vontade de saber mais sobre ela, tanto por ter achado a peça interessante, como por poder relacionar os locais mencionados ao que vi no resto da viagem.

-Parte da fachada e uma das torres

Acabada a peça, e já tendo nós almoçado, começámos a visita ao palácio. Num grupo mais pequeno, o guia apresentou-nos a fachada e algumas curiosidades sobre a construção e a estrutura do monumento, associando-as à obra de Saramago, visto que, na parte sobre o convento, esta é bastante factual.

De seguida, já dentro do edifício, visitamos a igreja, desenhada para ser como uma versão mais

pequena da Basílica de São Pedro. 

   

  •                                                       Vista da janela por onde o rei assistia à missa                         

Saídos da igreja, visitamos várias divisões, com propósitos do oficial ao lazer que, juntamente com as explicações do guia, nos deram uma ideia de como seria a vida no palácio nas várias épocas em que esteve ocupado pela família real; na metade norte, nota-se um estilo mais antiquado, com muitos vermelhos e dourados, e acomodações que não cabem na ideia moderna de conforto, e, a parte sul, que esteve ocupada mais recentemente, parecia muito mais acolhedora e prática, mantendo um estilo elaborado, mas mais leve.

Sala de jogos

Pormenor nas paredes do quarto da torre sul

O guia deu-nos também a conhecer vários factos curiosos e acontecimentos históricos relacionados com o edifício.

Durante a visita, foi-nos ainda referida a crítica social presente na obra, sobretudo ligada à construção do convento, onde as más condições de segurança fizeram com que muitos trabalhadores morressem ou ficassem feridos, por exemplo no transporte de um bloco de pedra maciça, que serviu depois de varanda de onde o rei saudava o seu povo. Considero, por isso, importante, como a obra também refere, não lembrarmos este monumento apenas pela sua grandiosidade e beleza, mas também pelo sofrimento de quem o tornou possível.

 Para finalizar a visita, fomos à biblioteca do convento, considerada uma das mais bonitas do mundo, com um valioso acervo de mais de 30 000 volumes, mas, infelizmente, não pudemos ver os morcegos que a habitam.

                                                                                       Biblioteca do convento


Concluindo, considerei esta viagem muito interessante, por nos dar a conhecer um edifício considerado património da humanidade, que também está associado a uma importante obra da literatura portuguesa. 

-Inês Marques, nº12, 12ºK










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