“(...) que seria de nós se não
sonhássemos.”
Visita
ao Palácio Nacional de Mafra
Dia 18 de janeiro de 2022, saímos da
escola por volta das 6:15 da manhã, a caminho de Mafra, para assistir a uma
representação do “Memorial do Convento”, de José Saramago, no próprio local de
que a obra trata - o Palácio Nacional de Mafra.
Esta visita foi realizada no âmbito da
disciplina de Português, com alunos do 12º ano, em que o “Memorial do Convento”
é obra de leitura obrigatória.
A viagem de camioneta foi longa, mas, a
meu ver, agradável; dormi bastante, ouvi música, e vi a paisagem e o gradual
nascer do dia.
Chegados a Mafra, fomos conduzidos a uma sala dentro do palácio onde assistimos a uma adaptação da obra de Saramago, interpretada pela companhia de teatro Éter. O intuito era enriquecer a experiência dos alunos que já tinham lido o livro e incentivar a leitura aos que ainda não o tinham feito. Pessoalmente, foram bem-sucedidos na segunda - agora tenho uma ideia geral da história, mas vontade de saber mais sobre ela, tanto por ter achado a peça interessante, como por poder relacionar os locais mencionados ao que vi no resto da viagem.
Acabada a peça, e já tendo nós almoçado, começámos a visita ao palácio. Num grupo mais pequeno, o guia apresentou-nos a fachada e algumas curiosidades sobre a construção e a estrutura do monumento, associando-as à obra de Saramago, visto que, na parte sobre o convento, esta é bastante factual.
De seguida, já dentro do edifício, visitamos a igreja, desenhada para ser como uma versão mais
pequena da Basílica de São Pedro.
Vista da janela por onde o rei assistia à missa
Saídos da igreja, visitamos várias
divisões, com propósitos do oficial ao lazer que, juntamente com as explicações
do guia, nos deram uma ideia de como seria a vida no palácio nas várias épocas
em que esteve ocupado pela família real; na metade norte, nota-se um estilo
mais antiquado, com muitos vermelhos e dourados, e acomodações que não cabem na
ideia moderna de conforto, e, a parte sul, que esteve ocupada mais
recentemente, parecia muito mais acolhedora e prática, mantendo um estilo
elaborado, mas mais leve.
O guia deu-nos também a conhecer vários
factos curiosos e acontecimentos históricos relacionados com o edifício.
Durante a visita, foi-nos ainda referida a crítica social presente na obra, sobretudo ligada à construção do convento, onde as más condições de segurança fizeram com que muitos trabalhadores morressem ou ficassem feridos, por exemplo no transporte de um bloco de pedra maciça, que serviu depois de varanda de onde o rei saudava o seu povo. Considero, por isso, importante, como a obra também refere, não lembrarmos este monumento apenas pela sua grandiosidade e beleza, mas também pelo sofrimento de quem o tornou possível.
Biblioteca do convento
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